E depois as pessoas fogem do que as atormenta, dos receios
de caírem, de fraquejarem e, depois, de não conseguirem-se levantar. Os olhos
que observam vêm pessoas imersas no seu dia-a-dia a comportarem-se, muitas, como
se de robots se tratassem, absolutamente sugadas por essas mentes e egos
doentios… esses que obrigam as pessoas a pensarem que são assim, que nasceram
assim. Essas pessoas que passam pelos olhos têm uma linha de vida, uma
história, um valor. Essas pessoas que nos habituamos a ver como pessoas,
apenas, fazem parte de um todo… elas caminham, gritam, enfurecem-se consigo
próprias, lutam primeiro consigo e depois com os outros, transpiram medo,
sombras e filtros e pós e camadas… e onde está a real pessoa? Onde está o
sorriso da criança que cada um de nós foi, do que cada um de nos é (e tentamos
aniquila-la) e, sempre será.
Essas pessoas que se cruzam umas pelas outras, esses olhares
que se cruzam e fogem, essas almas carregadas de utopias, esses corações
abafados compõem o cenário, que podia ser mais leve, mas as mentes corrompidas,
fazem a leveza ficar pesada. Um dia, essas pessoas, talvez, despertem e tomem
consciência de que tudo o que viveram até ali foi apenas um puro engano. E que
a partir dali é que a vida, aquela que tu, eu, nós, sonhamos e acreditamos tem
o seu início. Outras, despedem-se desta vida sem nunca terem acordado para o
propósito. Olhemos para elas e tenhamos a desplante de aprendamos e cedermos à
nossa real vontade que nos acompanha, ali, lado a lado e nós desviamos o olhar.
Sem comentários:
Enviar um comentário