domingo, 13 de novembro de 2016

O que te (não) define


Não, não te define as palavras bonitas que dizem sobre ti,
Não, não te define as palavras menos bonitas, menos elegantes, feitas que dizem sobre ti;
Não, não te define os pensamentos gerados por ti acerca de ti;
Não, não de define os julgamentos que fazem de ti;
Não, não te define os julgamentos que fazem em relação a ti;
Não, não te define os julgamentos que fazes de ti:
Não, não de define as emoções;
Não, não te define a tristeza, nem a ansiedade, nem a angústia, nem a depressão, nem o choro, nem a insegurança, nem a auto-estima (muito ou pouca), nem muito menos o medo;
Não, não te define a tua altura, nem o peso, nem a cor dos olhos ou dos cabelos, das unhas;
Não, não te define se tens muitos ou poucas recursos materiais, financeiros, conhecimento, livros, informação, da marca de roupa, de carro;
Não, não te define o sucesso ou insucesso;
Não, não te define se foste bom ou mau aluno, bom ou mau filho; bom ou mau marido/mulher; bom ou mau pai/mãe;
Não, não te define os teus comportamentos;
Nada te define, nada.

Desapaga-te dessa tentativa constante de achares ou acreditares que precisas de conquistar algo para Seres alguém, para te definires.

Defini-te a forma de como te levantas perante cada queda; define-te a forma como lidas contigo; define-te a forma como comunicas contigo; a forma como te tratas e te respeitas e te amas. Porque a forma como te tratas é o reflexo da forma como tratas o próximo, o mundo. Define-te a forma como escolhes viver a tua vida, se a partir dos outros ou se a partir de ti, do centro do teu coração. Ecoam vozes no exterior na tentativa de, talvez, te impedirem de seres tu porque talvez te possam ver como uma ameaça ou uma luz; ou então na tentativa de manifestarem um também gostaria de seguir a bússola, tal como tu”.

Define-te a forma como te lideras e encorajas os teus próximos a liderarem-se, a forma como te encorajas e encorajas o mundo, a forma como te incentivas e incentivas o próximo; a forma como olhas, sentes e expressas a tua alma bem como a forma como rasgas a máscara do próximo e trespasses todos os medos, receios e tocas na sua alma.  

Define-te viveres simplesmente a Seres tu, a cada instante, a seres aquilo que queres ser, Agora, com Amor.

No apagar das luzes da vida, serás julgado(a) segundo a lei universal, o Amor.

domingo, 9 de outubro de 2016

Nada menos que a minha imperfeição!



Hoje, o meu voo interior levou-me a tocar num tema que me acompanhou e ainda aqui e acolá me acompanha, a perfeição.

Uma palavra que tanto assombra a vida de pessoas, que inunda os pensamentos, sem ser convidada, que desagua em gestos e comportamentos aflitivos.
Segundo o dicionário de Língua Portuguesa, perfeição significa acto de acabar ou aperfeiçoar alguma coisa; significa o grau de excelênciabondade ou beleza a que pode chegar alguma coisa.

Esta palavra começou a manifestar-se em mim de duas grandes formas. 
Uma através da perfeição exterior, da beleza, do ideal de corpo, da barriga lisa e tonificada, das pernas magras e elegantes, de uma cara sem qualquer imperfeição. Outra, através da perfeição nos resultados escolares. Obter as melhores notas, ser boa aluna, ser um exemplo, ser empenhada e dedicada, sem momentos para devaneios.

Ambas as estratégias, completas alucinações...

Deixei-me, deixei-me ser comprada pela mente coletiva.
Deixei-me, deixei-me ser domadas pelos estereótipos.
Deixei-me, deixei-me ser consumida pela obsessão de ser perfeita.
Deixei-me, deixei que tudo o que aconteceu na minha vida fosse nada menos que perfeito.

E nesse jogo da alucinação, deixei-me ser apagada.
Hoje, reparo na quantidade que ainda existe de pessoas alucinadas pela perfeição.

Acredito que, tal como eu vivi, vivam na angústia de se mostrarem; camuflam sentimentos, emoções; aniquilam-se; negam a vulnerabilidade inerente à condição humana.
Pergunto-te a ti, como questionei a mim, para quê viveres dessa forma em que foges de ti mesma e da tua essência? Para quê viveres nesse estado que consome de apegada à palavra perfeição?
De que te escondes? 
Talvez quem te rodeie precisa de um exemplo, um exemplo que podes ser tu. Alguém que se deixa ser visto(a) sem máscara. Alguém que, como tu, ouse dar o primeiro passo de mostrar a própria pele, de se expressar... 

Um dia vais morrer. Nesse dia, talvez te questiones se viveste a vida em total sintonia contigo ou se sobreviveste.
Talvez agora, durante o caminho, seja a oportunidade de olhares para ti, como olho para mim, e aceitares a imperfeição. A condição de imperfeição é transversal à condição humana.
Os media, a sociedade (da qual tu também a compões) criou a perfeição talvez como antídoto de se esconder e proteger. Questiono, proteger de quê? Não se trata de ti ou mim, trata-se de nós.
Enquanto não compreenderes que és tu quem tem de encher-se de confiança, coragem e humildade de aceitar que a imperfeição faz parte de todos e que tu és um reflexo no outro e o outro em ti, então de nada vale continuares a pensar que mereces viver uma vida melhor.

Encontra na imperfeição, tal como o próprio significado de perfeição refere, a oportunidade de ter ires aperfeiçoando. Abraça-a com carinho e recebe-a com um sorriso. 
E no caminho, deixa-te encantar e ser surpreendido. 
Nada menos que a melhor versão de ti. Sim, podes ser imperfeito.

domingo, 28 de agosto de 2016

(Des)Comparação

Adoro as férias. Adoro o sol, os risos das pessoas. Adoro sentir o relaxamento do corpo.
Adoro acordar cedo e assistir ao nascer do sol. Que espetáculos tão belos e gratuitos ao meu dispor, ao dispor de cada um.

Gosto, no entanto, particularmente deste tempo de descanso porque me permite mergulhar ainda mais dentro de mim e a perceber quais as entranhas por limpas, que representações internas gerei, que padrões de pensamento vagueiam, ainda, cá dentro.

E nessas reflexões, vou encontrando algumas respostas e, sobretudo, serenidade. Serenidade por aceitar aquilo que é.
Nas minhas recentes reflexões dei por mim a compreender uma atitude / pensamento que era comum, sobretudo nesta fase do ano em que o calor convida a roupas mais leves, à exposição do corpo. 
Essa atitude mental era o da comparação.
Hoje compreendo que este pensamento e comportamento foi uma estratégia desenvolvida pela parte de mim com menos recursos como forma de me manter segura e confortável em relação ao meu copo.

A busca pela perfeição através do exterior, e em concreto através do meu corpo, foi uma forma para me sentir com mais confiança e auto-estima.
Durante alguns anos, a altura de férias e sobretudo os momentos de praia e exposição eram momentos de dor. Habituei-me a comparar o meu corpo com as raparigas que por ali caminhavam junto à água e chegava sempre à mesma conclusão. Todas eram muito melhores que eu: era a barrigas lisa, eram as pernas elegantes, eram as coxas magras, eram os cabelos bonitos… Tudo comparações na esperança de me sentir um pouco mais bonita.
Identificava-me com aquela voz ruidosa de que era gorda.
Na verdade, o que faltava era uma dose de amor-próprio, de compaixão e de aceitação. Aceitação plena da forma e estrutura do corpo que me foi concedido.

Hoje, se tivesse a oportunidade de falar com comigo há cerca de 5 anos, dizer-lhe-ia apenas que é bonita na sua imperfeição. Que na imperfeição que reside a oportunidade de evoluir e mudar. Que é bonita na sua singularidade. Que a beleza dela atravessa a alucinação da perfeição do corpo.
Hoje, digo a mim mesma que estou grata por essa forma de pensar do passado, pois concedeu-me a oportunidade de procurar uma outra perfeição, a interior.
E essa sim, produz resultados e beleza exterior.

Hoje sussurro a mim mesma que me aceito total e completamente com todo o amor, compaixão e respeito, por mim…Hoje, olho para as minhas coxas fortes como um reflexo da imensidão do meu coração!


sábado, 13 de agosto de 2016

Aqui, sem nada...

(uma leitura acompanhada por esta música de Dexter Britain)



Olho lá para trás, para o passado e recordo os momentos que eram planeados ao segundo.
Recordo a respiração a ficar ofegante, as mãos a transpirar...
Recordo-me do tremor interior e da pressão no peito.
Sensações que me deixei levar por elas.

Elas, as sensações, eram só isso mesmo, sensações, que rapidamente começaram a controlar os meus dias, a relação com a família, com os colegas e, sobretudo, comigo.
Tornei as sensações como sendo eu, como sendo minhas, como fazendo parte de mim.
E quanto mais lhes dava atenção mais elas inflamavam em mim.
Durante alguns anos, aquelas emoções foram as únicas que conhecia e vivi.

O constante necessidade de planeamento e controlo escondiam as reais necessidades, a de amor próprio, a de autoconfiança, a de segurança. Cegamente foi criando estratégias e desenvolvendo recursos que cada vez mais me afastavam de mim.

Houve um momento em que cansei de ser escrava dessas emoções e comecei a ganhar recursos que me permitiram compreender que em momento algum fui ou sou essas emoções, que em momento algum fui ou sou alguém com pouca confiança... Compreendi que existem momento em que estou mais confiante, outras em que estou cheia de confiança... E nada disto me define, pois, tal como tu, eu sou isto e muito mais.

Aprendi, através do mindfulness, que as emoções vão e vêem. Podes escolher transformares-te em vento e soprares com para fora de ti as emoções que sabes, lá no fundo, que te agitam.

No fundo, a grande questão que talvez deva fazer a ti próprio é: O que estou a evitar sentir; O que estou a não querer mostrar...

De uma vez por todas, deixa cair a máscara e deixa-te ser visto(a), mesmo com o desconforto que te possa causar. Está sempre tudo bem. 
Diz a bíblia que Deus criou o céu e a terra e viu que tudo era bom.
Porque teimamos transformar a harmonia e o natural em desarmonia e artificial?

Hoje, vou descobrindo a cada dia o meu estado de viver, estar aqui, sem nada e à espera de nada.












domingo, 24 de julho de 2016

Sentir...um caminho para Seres




Deixa, deixa a dúvida surgir.
Deixa, deixa a incerteza aparecer.
Deixa, deixa o receio ser sentido em ti.
Deixa, deixa a tristeza expressar-se em ti.
Deixa, deixa ansiedade bater-te à porta.
Deixa, deixa as entranhas manifestarem-se.

Deixa, deixa-te deixar provar pelas emoções que tentas repelir.
Também elas fazem parte de ti. Também elas constituem um pouco dos teus dias.
És um mortal... Para quê viver como se fosses um imortal?

Mas, espera, Escuta!

Tu não és a dúvida.
Também não és a incerteza.
Nem tão pouco o receio.
E não és nada, mas mesmo nada, a tristeza... Não és uma pessoa triste.
Se a ansiedade bater-te à porta, diz-lhe olá e indica-lhe o caminho de volta, o caminho para fora de ti.
E quando fores visitado pelas entranhas, pela escuridão e pelo que de menos bom tu sabes que em ti existe, agradece e vai lá. Aceita as entranhas, observa-as e desapega-te delas.
Elas não ditam a tua vida nem muito menos quem és.

Talvez, a visita às entranhas seja uma oportunidade que te estão a conceder para sarares algumas feridas e para fazeres brotar o que há de melhor em ti.
Talvez seja uma oportunidade para aprenderes algo que até agora desconheces.
Se acreditas que és uma pessoa infeliz, talvez seja o momento de ires visitar a tristeza, de dialogar e escutar o que ela tem para te contar.
Talvez descubras, após esta visita, que depois da tristeza também há a felicidade.

Deixa, deixa sentir o que de bom e menos bom em ti existe.
E sê exemplo de quem tem coragem de transformar-se a si próprio... ou simplesmente de Ser.
Sê uma espécie de luz, uma estrela que guia, sendo tu primeiro quem te guias.
Sê alguém que te guia. E lembra-te, um dia tudo isto vai acabar e deixares de ser alguém que guia.
Sê um mortal que guia!




domingo, 3 de julho de 2016

Escolhas, a chuva e o sol



Um dia de sol pode ser tão bonito com um dia de chuva, e está tudo bem. A forma como lidas com esses dias depende de ti. A forma como percecionas a beleza contido no sol ou na chuva é da tua responsabilidade.

O mesmo podes fazer em relação à forma como vives contigo, na relação com o teu corpo, com os teus sentimentos, com os teus pensamentos.

Podes escolher que dentro de ti faça chuva, que as nuvens te invadam e transponham os teus órgãos, tendões, células. Mesmo perante um dia de sol lá fora, dentro de ti preferes escolher ouvir os trovões, que porventura te assustam. Escolhes que o coração siga a ira dos furacões e a faça estragos por onde passa. Continuas a preferir viver apegado a um tempo que te amarra e te faz sofrer.

Podes também escolher viver com o sol e o céu dentro de ti. Podes decidir projetar raios de sol dentro de ti e para fora de ti. Podes também plantar o teu jardim cheio de girassóis e outras flores. Podes decidir plantar árvores, árvores que podes contemplar e te fornecem o oxigénio que precisas para reenergizar o teu corpo e os teus órgãos, para te dar energia, força e vitalidade. Podes escolher ver o arco íris e deixar que os teus olhos se tornem estrelas que iluminam e guiam. Podes deixar que o teu coração se encante com a beleza do mar, dos bosques.

Muitas vezes  surgem nuvens no céu. Ainda assim, depende ti se permites que elas escondam o sol e extrapassem para dentro de ti.

Nesses momentos, usa o teu amigo vento. Deixa que o vento sopre para fora de ti as nuvens e abra caminho para apenas permanecer o céu e o sol brilharem, tu.

E lembra-te, lembra-te de divertires na chuva, permitires que ela te toque, te lave e limpe sem tu te tornares a chuva.

sábado, 25 de junho de 2016

Vento forte e leve que podes ser


“Sempre que fizeres algo, mesmo que ninguém venha a saber, fá-lo como se o mundo estivesse a olhar para ti.” (S. Tomás More)

Para quê, para quê continuar a desejares a trabalhar pelo reconhecimento, à busca de aprovação, de aceitação, de aplausos?
Talvez já te tenhas apercebido que o melhor do mundo acontece nas coisas mais simples da tua vida, sem a alucinação da necessidade de ser o melhor ou o maior. Apenas ficas feliz contigo quando sorris involuntariamente com o vento que te acaricia e cumprimenta, com o sol que te contempla e ilumina, com as estrelas que fazem arrepiar a tua alma e te guiam, com o céu azul que te encanta, com a criança que sorri para ti sem esperar nada em troca, apenas sorri para ti só por te ver.
E nas coisas simples e aparentemente insignificantes da vida, sabes que é aí que reside a essência de Seres.

Talvez tenhas procurado lá fora, no mundo, nas pessoas, no trabalho, na família, nos amigos os motivos para sentires por momento ao que chamas de felicidade. Também, talvez, tenhas colocado lá fora,  no mundo, nas pessoas, no trabalho, na família, nos amigos, no tempo, nos políticos, na economia, no tempo a culpa pela tua infelicidade, pelo teu desânimo, pela tua frustração.

Talvez seja o momento de iniciares a prática profunda de jejum nas palavras e de escutares o silêncio. Talvez, o silêncio, te tenha algo pare te contar. Talvez te diga que nada há a temer, a provar a alguém. Talvez apenas te diga que podes confiar, podes ser tu, podes discordar, podes elevar a voz, podes até gritar e até mesmo bater com o punho em cima da mesa, pois estás tão somente a deixares ser tu, a manifestares a tua grandeza, o teu génio e o que mais palpita dentro de ti, sempre com intenção clara de seres o melhor para ti e, consequentemente, para os outros.

Ninguém se zanga pelos ventos fortes que às vezes se fazem sentir... Na verdade, em dias de calor, solicitamos uma brisa, e ela suavemente vem. E está tudo bem. Talvez possas ser como o vento forte, às vezes... E outras como o vento dócil e suave.

Vento forte e leve que podes ser


“Sempre que fizeres algo, mesmo que ninguém venha a saber, fá-lo como se o mundo estivesse a olhar para ti.” (S. Tomás More)

Para quê, para quê continuar a desejares a trabalhar pelo reconhecimento, à busca de aprovação, de aceitação, de aplausos?
Talvez já te tenhas apercebido que o melhor do mundo acontece nas coisas mais simples da tua vida, sem a alucinação da necessidade de ser o melhor ou o maior. Apenas ficas feliz contigo quando sorris involuntariamente com o vento que te acaricia e cumprimenta, com o sol que te contempla e ilumina, com as estrelas que fazem arrepiar a tua alma e te guiam, com o céu azul que te encanta, com a criança que sorri para ti sem esperar nada em troca, apenas sorri para ti só por te ver.
E nas coisas simples e aparentemente insignificantes da vida, sabes que é aí que reside a essência de Seres.

Talvez tenhas procurado lá fora, no mundo, nas pessoas, no trabalho, na família, nos amigos os motivos para sentires por momento ao que chamas de felicidade. Também, talvez, tenhas colocado lá fora,  no mundo, nas pessoas, no trabalho, na família, nos amigos, no tempo, nos políticos, na economia, no tempo a culpa pela tua infelicidade, pelo teu desânimo, pela tua frustração.

Talvez seja o momento de iniciares a prática profunda de jejum nas palavras e de escutares o silêncio. Talvez, o silêncio, te tenha algo pare te contar. Talvez te diga que nada há a temer, a provar a alguém. Talvez apenas te diga que podes confiar, podes ser tu, podes discordar, podes elevar a voz, podes até gritar e até mesmo bater com o punho em cima da mesa, pois estás tão somente a deixares ser tu, a manifestares a tua grandeza, o teu génio e o que mais palpita dentro de ti, sempre com intenção clara de seres o melhor para ti e, consequentemente, para os outros.

Ninguém se zanga pelos ventos fortes que às vezes se fazem sentir... Na verdade, em dias de calor, solicitamos uma brisa, e ela suavemente vem. E está tudo bem. Talvez possas ser como o vento forte, às vezes... E outras como o vento dócil e suave.

domingo, 8 de maio de 2016

Depois da pele, tu, de verdade!

No rodopiar dos dias foste-te habituando a afundar… Alguns devagar, outros mais depressa… mas deixaste-te, ingenuamente, que as células, tendões, músculos, órgãos e cada parte de ti assimilassem uma pele que não escolheste usar…
Uma pele quase tipo um véu, uma sombra que criaste em volta de ti que te escurece, que te esconde. Uma pele que habituaste a usar, talvez, para te protegeres, como um soldado que usa um escudo para se proteger dos ataques do inimigo. E de que te habituaste a proteger? Protegeste-te de quê e de quem? Proteges-te para quê?

Porventura foges de ti mesmo(a), da verdade que és; talvez tenhas criado a crença de protegeres de ideias e certezas que criaste para ti como verdadeiras, por exemplo a ideia que não podes falhar porque podes sofrer represálias. Proteges-te para te evitares, para livrares-te de sentir dentro de ti desconforto, a dor... para ouvires de algo que sabes que tens de dizer a ti próprio.

Os dias passam e tu continuas a viver com essa pele que não escolheste viver; que te omite e te gera sofrimento…. Fintas-te, pois continuas a convencer-te de que tudo está bem. Que o teu objetivo é seres feliz, um dia! Uma forma de pensar que induz que não és feliz no momento em que pronuncias tais palavras.
Vives num estado de montanha russa em que perante a Vida, continuas a viver de olhos fechados.
E para quê esta forma de viver? Nada disto faz sentido porque todas as mentiras e sombras se desvanecem quando expostas à luz, a verdade.

Antoine Saint Exupéry escreveu em “O Princepezinho” que o essencial é invisível aos olhos. Tal como as raízes de uma árvore, não consegues ver a profundidade delas nem o tamanho… mas as árvores, essas, perante as intempéries e agressões continuam de pé, firmes. Continuam a olha para nós com coragem. E na primavera quase que sorriem e nos tocam com o seu esplendor.


Sê como a árvore. Não precisas de viver com essa pele que tens habituado a viver para te protegeres, para agradares, para satisfazeres vontades exteriores a ti, para seres aceite, para obteres reconhecimento. Desprende-te… e deixa, deixa que te vejam além da pele que vestes. Deixa-te expressar através dos teus gestos, das tuas palavras, dos teus valores e naquilo que acreditas. Enche os teus pulmões de ar leve e revigorante e de energia quase fogo e resgata-te. Nada menos que tu. Nada menos do que viveres os teus dons. Nada menos que pores-te a caminho dos teus sonhos. Nada menos que a tua liberdade. Nada menos que viveres o propósito que te foi concedido. Nada menos que a tu Seres de verdade. Nunca é demasiado tarde para mostrares a ti que fazer diferente alinhado segundo aquilo que és e te guia é a mais bela, verdadeira e sublime forma de viver… de verdade. Acredito eu que algo ou alguém sorri sempre que escolhes ser tu.


domingo, 10 de abril de 2016

viver docemente dentro do coração

e por meio das entranhas, eu estou aqui.
e por meio dos ecos do passado, eu estou aqui.
e por entre os devaneios do futuro, eu estou aqui.
e por entre as ilusões, eu estou aqui.
e por entre as máscaras, eu estou aqui.
e por entre as necessidades de proteção, segurança, certeza, reconhecimento... eu estou aqui.
e por entre os "se" e o medo, eu estou aqui.
e por entre os estímulos que vêm lá de fora, es estou aqui.
e por entre os julgamentos e críticas, eu estou aqui,
e por entre a tensão dos ponteiros do relógio, eu estou aqui.
e por entre os entorpecimentos e melindragens, eu estou aqui.
e por entre os valores beliscados, eu estou aqui.
e por entre o monólogo sobre o que vão acharm, dizer, eu estou aqui.
e por entre o medo... eu estou aqui.

estou aqui, eu, coração, alma bonita que vivo dentro de ti.
e quando a dúvida e os estímulos de lá de fora te assaltarem, sorri!
é aí que tens o poder de escolher e brilhar. pareço um ponto, uma semente...
aproxima-te mais, sente-me mais e verás que sou enorme dentro de ti... que és enorme.
confiança, coragem para te deixares levar por mim... por quem és, de verdade.
deixa-te viver com ousadia e docemente dentro de ti.



terça-feira, 29 de março de 2016

Coração com razão

Como observas o mundo?
Como observas e sentes  as pessoas, os acontecimentos, os cheiros, as experiências, os objetos, as palavras que chegam até ti? 
Criaste, porventura involuntariamente ou como de uma esponja se se tratasse, o hábito de sentir e observar o mundo a partir de uns olhos que não são teus, de uma pele que não te pertence, de umas mãos que não nasceram contigo, de um cérebro que não é teu. 
E os dias foram passando, os eventos foram acontecendo, as pessoas entraram e sairam... E tu, continuas a sentir que essa forma de agir, falar não combinam com o que circula nas células e no sangue que nasceu contigo... O ar torna-se denso dentro de ti, quase que estrangula. 
Tantas formas encontras tu de te protegeres, de te camuflares, de autosabotares, de fugires do que assusta... 
E continuas a viver dessa forma, apertada, como que o ar não descesse até aos teus pulmões... 
Até que um dia a máscara cai... Tudo o que é verdadeiro em ti torna-se nu. E é aí... nesse momento, que tens um encontro, verdadeiro, contigo. É aí que percebes que existe algo mais para além da promiscuidade dos pensamentos, da toxidade do quotidiano... É aí que deixas de viver a partir da razão e passas a viver a partir do coração... O coração que te orienta, que ilumina, que dita as regras, as tuas, que encaminha, que diz e sente a verdade, que sente a dor, o medo... e que emana liberdade! 
Apesar de não o veres, sentes, com força.
É ele, o coração, Tu, que sabe onde encontrar a razão nos teus dias. Ser feliz ou ter razão?
Ser feliz com a razão do coração.




domingo, 14 de fevereiro de 2016

Cumpram-se os sonhos!


Acordas um dia após outro. Levantas-te. Segues o teu dia, fazes os afazeres, cruzas os olhares com colegas, amigos, familiares. Conduzes, ouves as notícias que passam na rádio. Ficas trise com o que ouves. Um dia após outros, a mesma rotina, as mesmas sensações, as mesmas emoções, as mesmas expressões, as mesmas reações. Final do dia, no encanto e assustador do silêncio, deixas cair as lágrimas. Porque sabes que dentro de ti continuam os sonhos, os teus sonhos que porventura carregas desde criança ou a adolescência. Continuam os sonhos encobertos. Teimas em ignorar o que faz o coração vibrar, as células agitarem-se e te faz encher de ti, de vibração.

Habituaste a autossabotar. Habituaste-te a renunciar aos sonhos que moram dentro de ti. Cortamos um pouco aqui e um pouco ali, trocamos um pouco de sonho por dinheiro, outro por segurança, outro ainda para sermos aceites e amados. Escondemo-nos atrás de mil desculpas. Por vezes, acusamos os outros. E a frustração aumenta. Noutros casos, fazemos o papel de vítima sem escolha e dizemos que a vida é assim; mas não é. Não tem que ser. Ingenuidade humana deixar chegar a um estado de dor. Tem medo, medo de poder ter o que deseja; talvez alguns temam ter de pagar um preço demasiado alto de poder ter o que desejam, para terem sucesso e serem felizes. É a morte, uma morte lenta, mas progressiva, morte da nossa alma.

O maior presente que podes dar a ti próprio é o de exprimires todo o potencial que te foi dotado. Fazeres uso de ti, com amor, consciência e compaixão. Sabes que aí dentro, naquele lugar que te faz sorrir só de olhares para ele, existem objetivos, projetos, intenções. E sabes também que a concretização dos teus projetos é um contributo para a evolução da humanidade. Não, não é necessário fazeres grandes obras e feitos para seres alguém, basta apenas dares o teu mais subtil contributo ao colocares em marcha o que grita dentro de ti. Abandona o discurso do medo, de não ter tempo, do não ter dinheiro. Desapega-te dos pensamentos negativos que te afastam de ti e foca-te na tua energia positiva, aquela que te faz avançar para a frente, que faz parte do teu ADN. O mundo precisa de exemplos como tu, que têm a coragem de fazer uso de si, de dar vida aos seus sonhos. Cumprir com os teus sonhos é um direito teu por merecimento e um dever para contigo e o mundo.

O lugar onde nascem as lágrimas é onde o teu coração te pede para ires. É aí que reside o teu valor mais supremo. Para que te esconderes?


sábado, 16 de janeiro de 2016

Tempo de reconciliação

Tudo tem um tempo…
Existe um tempo dormir, tempo para nutrir, tempo para exercitar, tempo para conversar, tempo para ler, tempo para brincar, tempo para julgar, tempo para criticar, tempo para discutir… E os dias vão passando, os ponteiros do relógio rodam… E durante esses tempos como tens vivido a tua relação contigo? Sim, contigo? Nesse tempo em que existes, qual a quantidade de tempo em que simplesmente És e em que simplesmente Estás presente?

Vivemos quase como robots, em modo automático, esquecendo-nos quase sempre que um dia, tudo isto a que chamamos vida vai acabar. Lamentamos, julgamos, criticamos… E a grande questão coloca-se, para quê? Qual o objetivo? Talvez estejas apenas a evitar sentir as dores que inflamam dentro de ti e te pedem atenção.

Um dia acordas e percebes que os dias têm passado por ti e em ti vão ficando os sonhos, as oportunidades desperdiçadas, as vontades, os desejos por concretizar, as palavras não ditas, as escolhas que estão alinhadas contigo… Um dia, talvez, despertes para o real tempo que até agora não tens vivido, o da reconciliação.
Sim, há um tempo que não precisa dos ponteiros do relógio… é o tempo do regresso a casa, do voltar às origens, à fonte… tempo de voltarmo-nos para dentro, para o mundo interior, para o do coração, para a criança que foste e és. Tantas vezes choras sem verter uma lágrima, tantas vezes gritas sem fazer ruído, tantas vezes pedes ajuda sem verbalizares umas das mais humildes e corajosas frases “preciso de ajuda”… Habituaste-te a aprisionar as emoções e sentimentos; habituaste-te a calar aquela voz que dentro de ti ecoa e te faz vibrar; habituaste-te a viver com uma espécie de véu que te impede de mostrar e expandir quem és de verdade…

É tempo de libertares-te dessas correntes e fazeres as pazes contigo. Numa sociedade em que se exige mais paz, então comecemos por fazer algo pelo mundo, começando por ti.
Tanta sabedoria imbuída em livros, em mestres, em figuras da história que desde cedo tomarem consciência que tudo começava e acabava em cada um de nós. Esse estado de paz deve começar nos gestos contigo próprio, aceitando tudo e totalmente as emoções, sentimentos (tristeza, ódio, ansiedade, amor…). Pois é nesse caminho de aceitação que iniciamos a viagem mais autêntica, a da libertação…

É tempo de visitar, mesmo com medo, mas coragem a amor, as trevas que existem dentro cá dentro, aí dentro. Aceitar que elas apenas são fruto das alucinações, da ingenuidade, da falta de conhecimentos que não nos permitiram fazer melhor. E está tudo bem. Olhemos de frente para nós mesmos como quem contempla um templo ou um céu azul com um sol imenso e tenhamos essa grandiosa sabedoria de perdoarmo-nos! É tempo de reconciliação. Esse tempo que deve pulsar a cada minuto, nesse constante processo de perdão e amor incondicional. Porque todos, na verdade, estamos à procura do mesmo… vivermos em estado de paz, harmonia e felicidade. Que todas as partes do teu coração estejam em sintoniam, perdoadas e vibrem com a mesma energia!