Tudo tem um tempo…
Existe um tempo dormir, tempo
para nutrir, tempo para exercitar, tempo para conversar, tempo para ler, tempo
para brincar, tempo para julgar, tempo para criticar, tempo para discutir… E os
dias vão passando, os ponteiros do relógio rodam… E durante esses tempos como
tens vivido a tua relação contigo? Sim, contigo? Nesse tempo em que existes,
qual a quantidade de tempo em que simplesmente És e em que simplesmente Estás
presente?
Vivemos quase como robots,
em modo automático, esquecendo-nos quase sempre que um dia, tudo isto a que
chamamos vida vai acabar. Lamentamos, julgamos, criticamos… E a grande questão
coloca-se, para quê? Qual o objetivo? Talvez estejas apenas a evitar sentir as
dores que inflamam dentro de ti e te pedem atenção.
Um dia acordas e percebes que
os dias têm passado por ti e em ti vão ficando os sonhos, as oportunidades
desperdiçadas, as vontades, os desejos por concretizar, as palavras não ditas,
as escolhas que estão alinhadas contigo… Um dia, talvez, despertes para o real
tempo que até agora não tens vivido, o da reconciliação.
Sim, há um tempo que não
precisa dos ponteiros do relógio… é o tempo do regresso a casa, do voltar às
origens, à fonte… tempo de voltarmo-nos para dentro, para o mundo interior,
para o do coração, para a criança que foste e és. Tantas vezes choras sem
verter uma lágrima, tantas vezes gritas sem fazer ruído, tantas vezes pedes
ajuda sem verbalizares umas das mais humildes e corajosas frases “preciso de
ajuda”… Habituaste-te a aprisionar as emoções e sentimentos; habituaste-te a
calar aquela voz que dentro de ti ecoa e te faz vibrar; habituaste-te a viver
com uma espécie de véu que te impede de mostrar e expandir quem és de verdade…
É tempo de libertares-te dessas
correntes e fazeres as pazes contigo. Numa sociedade em que se exige mais paz,
então comecemos por fazer algo pelo mundo, começando por ti.
Tanta sabedoria imbuída em
livros, em mestres, em figuras da história que desde cedo tomarem consciência que
tudo começava e acabava em cada um de nós. Esse estado de paz deve começar nos
gestos contigo próprio, aceitando tudo e totalmente as emoções, sentimentos
(tristeza, ódio, ansiedade, amor…). Pois é nesse caminho de aceitação que
iniciamos a viagem mais autêntica, a da libertação…
É tempo de visitar, mesmo com
medo, mas coragem a amor, as trevas que existem dentro cá dentro, aí dentro.
Aceitar que elas apenas são fruto das alucinações, da ingenuidade, da falta de
conhecimentos que não nos permitiram fazer melhor. E está tudo bem. Olhemos de
frente para nós mesmos como quem contempla um templo ou um céu azul com um sol
imenso e tenhamos essa grandiosa sabedoria de perdoarmo-nos! É tempo de
reconciliação. Esse tempo que deve pulsar a cada minuto, nesse constante
processo de perdão e amor incondicional. Porque todos, na verdade, estamos à
procura do mesmo… vivermos em estado de paz, harmonia e felicidade. Que todas as partes do teu
coração estejam em sintoniam, perdoadas e vibrem com a mesma energia!