Tantas palavras podiam ser usadas para descrever o ano que
agora encerra. No entanto, a apenas gratidão é adjetivo que encontro para me
despedir de 2017.
Foi ano da mudança, do colocar-me rumo a uma causa maior, do
caminho do uso da sabedoria que acredito que foi dotado e que existe em cada um
de vós. Foi o ano das surpresas, das oportunidades, dos desafios e dos desapegos
(pessoas, contextos, pensamentos...).
Foi também o ano do efectivo, acredito, encontro com Deus. “Deus é amor, nada
há a temer”, foi esta a expressão que ouvi nos cânticos entoadas nas orações Taizé.
Foi então aí que comecei a compreender que no lugar do medo e da desconfiança
pode existir amor, amor dentro de mim. “Fazei tudo aquilo que eles vos pedir”, uma
mensagem que veio ter comigo quando entrei na igreja da Lapa. Ao ler, alguns
arrepios surgiram e algumas lágrimas verteram. Quase como se tratasse de um
momento de epifania e de um pedido vindo lá de longe, do céu, onde as estrelas
brilham e a poeira cósmica existe.
Por isso, em 2018, mais do que objetivos materiais ou
concretização de projectos, quero saber doar-me aos outros, como até então tenho
vindo a fazer, mas agora com novos ingredientes, com alegria no na alma, fé no
coração, brilho no olhar, amor nos gestos, elevação mental, desapego de emoções
tóxicas e com firme convicção que estou a cumprir com os pedidos que alguém me pede.
Que se cumpra e expresse através de mim, das várias formas que me surgirem no
caminho, uma vontade maior.
Se podes ser exemplo de algo, então sê-lo com humildade,
simplicidade e uma grandeza interior.
Bom Ano 2018!