quinta-feira, 19 de novembro de 2015

sopro em ti, nuvens.

Lá vem ela, a nuvem. E depois vem outra, e outra... Depois vêm muitas, tantas que geram uma sombra cinzenta sobre mim. Essas nuvens que dentro delas trazem alucinações, expectativas, preocupações, excesso, apego, receios, medos... e tudo acontece dentro de mim.
Páro, respiro. E com tranquilidade sopro com gentileza e amor para as nuvens. Agradeço. Agradeço por estarem ali a vaguear. Talvez me queiram ensinar ou mostrar algo. Talvez me queiram mostrar a forma como tantos de nós, como eu e tu, vivemos. Agarrados, apegados a essa suposta normal forma que dizemos viver. Talvez esta seja a oportunidade para desapegar das nuvens, para apenas as observar com ternura e compaixão e expandir sobre elas a luz que irradia dentro de mim. A luz, a beleza, o ser único e divino que habita em cada tendão, músculo, célula, vértebra. Talvez as nuvens sejam só isso, nuvens que às vezes estão ali, mas desaparecem. Por debaixo delas, o sol brilha sempre. Talvez seja a oportunidade de observar as nuvens... e deixá-las partirem. E nesse espaço em que as nuvens estão mas não há apego é criada a oportunidade de me entregar, de deixar fluir, de confiar no que o sol lá dentro diz. Ele sussura-te aos ouvidos... deixa-te ir, deixa-te Ser. Deixa que a vida e a tua luz se expresse através de ti, dos teus dons, dos valores do coração.