terça-feira, 29 de março de 2016

Coração com razão

Como observas o mundo?
Como observas e sentes  as pessoas, os acontecimentos, os cheiros, as experiências, os objetos, as palavras que chegam até ti? 
Criaste, porventura involuntariamente ou como de uma esponja se se tratasse, o hábito de sentir e observar o mundo a partir de uns olhos que não são teus, de uma pele que não te pertence, de umas mãos que não nasceram contigo, de um cérebro que não é teu. 
E os dias foram passando, os eventos foram acontecendo, as pessoas entraram e sairam... E tu, continuas a sentir que essa forma de agir, falar não combinam com o que circula nas células e no sangue que nasceu contigo... O ar torna-se denso dentro de ti, quase que estrangula. 
Tantas formas encontras tu de te protegeres, de te camuflares, de autosabotares, de fugires do que assusta... 
E continuas a viver dessa forma, apertada, como que o ar não descesse até aos teus pulmões... 
Até que um dia a máscara cai... Tudo o que é verdadeiro em ti torna-se nu. E é aí... nesse momento, que tens um encontro, verdadeiro, contigo. É aí que percebes que existe algo mais para além da promiscuidade dos pensamentos, da toxidade do quotidiano... É aí que deixas de viver a partir da razão e passas a viver a partir do coração... O coração que te orienta, que ilumina, que dita as regras, as tuas, que encaminha, que diz e sente a verdade, que sente a dor, o medo... e que emana liberdade! 
Apesar de não o veres, sentes, com força.
É ele, o coração, Tu, que sabe onde encontrar a razão nos teus dias. Ser feliz ou ter razão?
Ser feliz com a razão do coração.