No passado havia medo…receio de abraçar o mundo. No passado
havia o receio de espreitar o mundo, a vida que existia lá fora, a vida que
existe dentro de cada um de nós, de mim, de ti.
No passado reinava o pó. Eram as amarras, o pó, as sombras,
os filtros que impediam de ver as cores com que a vida se vestia: o laranja da
energia, o azul do céu, o verde das árvores, o amarelo, o dourado.
No passado, era o esquecimento que reinava, era o esquecimento
de existir, de criar espaço e tempo, era o acreditar no impossível, no não ser
capaz. No passado, era morrer para o presente a cada instante e viver para as
garras do tempo a cada momento. No passado, era o ruído da solidão. No passado, era viver para o aceno e para os
sorrisos dos outros. No passado, era chorar em silêncio. O chão era o único
céu. No passado, era viver para os outros. No passado, roubaram-me. No passado,
sobrevivi.
…. Renasci…
Hoje, aceito! Hoje sorrio. Hoje supero-me. Hoje brilho. Hoje
duvido de tudo o que sinto, vejo, escuto, intuo. Hoje aceito as imperfeições,
hoje aceito a minha estrutura, hoje digo mais vezes sim e maiz vezes não. Hoje,
importo-me menos e estou mais indisponível. Hoje, antes de ver para crer, creio
para ver. Hoje morro para o passado a cada instante e vivo o presente em cada
segundo. Hoje olho para o céu, sem limites. Hoje escrevo nas mãos, observo com
os olhos do coração tudo e todos. Hoje, contemplo como alguém que está de fora
a sentir o pulsar de coração, escuto cada palavra pronunciada, hoje fixo o
olhar nos olhares que se cruzam comigo. Hoje, deixo marcas por onde caminho. Hoje, vivo por mim e para mim e
depois para os outros. Hoje, é o som do coração e da liberdade. Hoje, entrego-me. Hoje, recordo-me de mim naqueles
tempos de criança, quem em realmente sou, para que nunca me esqueça de onde
realmente venho. Hoje liberto-me, expando-me, fluo, toca a melodia da minha vida, hoje voo.
Hoje, sou protagonista da mim mesma.
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