segunda-feira, 23 de abril de 2012

porque não amar?

magia de fazer acontecer através do meu corpo, dos meus dedos, dos meus olhos... através do estado sublime em que escolho estar por entre cada segundo que invade a meu agora. quero prender-me, sentir e moldar o presente, como uma criança que finta a areia que lhe toca naquele pequenos e ingénuos pés.
deixo-me permanecer em modo observadora e torno-me espectadora desperta da vida, dos gestos programados, dos detalhes, das expressões de rosto a denunciar a discórdia, o desconforto o descontentamento, as lamentações. outras escolhem, inconscientemente, brincar com as palavras e optam por dar um pontapé as dificuldades (algumas fruto da imaginação). permaneço no silêncio e deixo-me estar, apenas tocada pela leveza do ar, pronta para carregar (novamente) no play e envolver-me por quem me cruzo, com coragem para amar tudo aquilo que é e tudo aquilo que existe. porque não?


3 comentários:

  1. "Da esplanada em vão me projecto
    Para lá de onde me sinto.
    Tento ver sem me ver
    Na esperança súbita de saber
    Em que movimentos me finto.

    Naquele entrecruzar constante
    Neste chocar sem chocar
    Onde o espaço é quase tudo
    e o tempo quase nada
    me tento em vão ver passar.

    Uns vão rindo outros sorrindo
    outros vão de rosto mudo
    há quem simplesmente vá indo
    Na fé que o vento varra tudo

    Mas eis que um olhar diferente
    vestes tu a esvoaçar
    como se à muitos prédios
    não nos tirassem o ar.

    Na fronte leva a certeza
    De mar manso em lua cheia
    deixo 20 paus na mesa
    vou apanhar a boleia"

    :)

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    1. Certeza silenciosa... vejo-me à boleia e ver passar por caminhos que quero trilhar :)

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  2. É possível voar dentro de uma gaiola? Muitas aves o fazem, iludindo a sua sorte, sonhando a liberdade.
    Voar interiormente, sim, mas aberta para o Mundo, sem receio de voos mais altos...
    No Sábado passado, a caminho de Heathrow, mal dormido, sentei-me em frente a outra "rapariga do metro". Cabelos louros, olhos azuis, camisola colorida, jeans, não sei porquê, pensei em ti. Já em Amsterdão, à saída do avião, uma hospedeira dirige-se a mim, sorridente: "Que coincidência! Veio comigo neste voo e estava sentado à minha frente no metro!" Não a reconheci, com a camisola e os jeans trocados pelo uniforme azul.
    Hoje encontrei por acaso os teus 'Voos interiores'. Pensei nela. E sei porquê. Holandesa, não voará tanto interiormente como tu. Mas voa muito e muito alto: a 39.000 pés, uns bons 11.900 metros de altura.
    Tudo isto para te dizer que tenho saudades...
    E.T.

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